O resultado é sempre do grupo

O resultado é sempre do grupo

Tenho me deparado com alguns textos fazendo analogia entre os treinadores de futebol e os gestores de empresas. Em especial fazendo referência a última copa do mundo onde se falou muito sobre o isolamento do treinador da seleção francesa Raymond Domenech, incluindo abandono de treino por parte dos jogadores motivado pelo péssimo relacionamento entre o treinador e o grupo e também sobre o autoritarismo de nosso treinador Dunga que aparentava grande nervosismo e tensão durante toda a copa demonstrado através de sua agressividade com a imprensa brasileira e gestos de nervosismo aparente desde o início da partida com a seleção holandesa, mesmo estando a frente no placar. O treinador era respeitado pelos jogadores, pois demonstrou fidelidade, chamado também por ele de critério em sua convocação.
Entendo que não exista apenas uma forma ou estilo correto de um gestor se comportar, mas há uma grande missão de conseguir demonstrar a todos os seus comandados uma coisa em especial, o foco no resultado do grupo. Para alcançar resultado para todo o grupo o gestor precisa analisar características individuais de seus comandados e como aproveitar o máximo de cada um. A capacidade de orientar e extrair de cada profissional o que ele tem de melhor deve ser feita no dia a dia, trabalhando de forma personalizada em cada detalhe necessário para complementá-lo e incorporá-lo dentro de um grupo, criando um diferencial.

Para todos os líderes, sejam coordenadores, supervisores, gerentes ou outros cargos de liderança existe uma atribuição em especial, desenvolver o máximo que sua equipe pode crescer, para nesse momento poder enxergar e definir onde é necessário complementar o grupo.

A seleção francesa não se relacionava bem com o líder que “aparentemente” não entendia isso como sendo essencial para o sucesso e a seleção brasileira “aparentemente” adorava o seu treinador, mas que em sua “cegueira” de regras e critérios não conseguia entender as necessidades exigidas para alcançar esse sucesso.

O gestor deve ter “jogo de cintura” para muitas vezes aprender com os comandados e dessa forma modificar o modelo de condução dos trabalhos. O planejamento é um guia ou reflexo de determinado estudo e expectativa. Ele deve ser sempre analisado e redefinido ao longo da gestão, pois o mercado sofre alterações, muitas vezes turbulentas como a dos jogadores franceses. Mas sempre existe a possibilidade de correção da rota, por parte dos treinadores e líderes.

O mais importante é o que se quer conquistar: Resultado.

Muitos profissionais criam uma competitividade com o colega e trabalham com foco em ser melhor que seu companheiro, isso mesmo, companheiro e não um concorrente. O pior é que algumas empresas ainda incentivam essa prática. Gestores que trabalham apenas para serem melhores que seus pares, tendem a ficar pelo caminho, pois o horizonte de sucesso é muito curto e tem caráter pessoal e não coorporativo.

O sucesso do profissional está sempre ligado aos resultados que ele e sua equipe alcançam para a empresa. Após o insucesso da seleção brasileira na copa do mundo o foco das avaliações ficou voltado para os erros individuais de alguns jogadores e principalmente a participação de seu líder. Resultados negativos eliminam qualquer possibilidade de brilho individual, o que demonstra que é impossível fazer sucesso sozinho.

Gustavo Bosco é superintendente do Cerpe Diagnósticos e vice-presidente financeiro do IBEF-PE

E-mail: gustavo@cerpe.com.br

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