Expansão sustentável

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Expansão sustentável

O Brasil, ao longo dos últimos anos, vem demonstrando um desempenho econômico seguro, caracterizado pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB), o fortalecimento do mercado consumidor e da classe média, uma inflação estabilizada, assim como indicadores de desenvolvimento e distribuição de renda em franco crescimento. São notícias que, sem dúvida, mostram um processo em ascensão, seguro e significativo.
O cenário apresentado nos leva a pensar que estamos no caminho certo e que pouco deve ser modificado para continuarmos crescendo. No entanto, economistas e estudiosos avaliam que, apesar dos avanços, há várias áreas que precisam de uma ação mais estruturada e persistente das bases para que o país continue avançando no seu desenvolvimento econômico de forma segura e sustentável.

Questões como reforma tributária, aprimoramento da infraestrutura, solução para os problemas de logística, novas políticas voltadas à educação são temas que o novo governo terá de enfrentar para propiciar uma base mais segura para continuar a evolução sem o risco de recaídas. São importantes ainda o aprimoramento dos mecanismos de monitoramento de programas sociais e de distribuição de renda (visando a garantir seus objetivos e, no futuro, à diminuição do número de pessoas dependentes desses programas) e maior controle dos gastos públicos, itens que também aparecem de forma recorrente nos comentários de analistas e estudiosos para que o Brasil mantenha o seu curso de crescimento.

Para que as previsões de crescimento econômico se tornem realidade, esses temas deverão ser prioridade. O ano de 2010 foi de prosperidade para o Brasil e as projeções indicam uma continuidade, com uma média de 5,9% para o crescimento da economia nos próximos cinco anos. Em outras palavras, ao final de 2014 o Brasil tende a ter um PIB em torno de 35% maior em relação ao que tínhamos no início de 2010. Por isso, para atingirmos metas cada vez maiores, há urgência na elaboração de políticas públicas para solucionar as inúmeras questões que impedem o nosso país de ter um desenvolvimento mais rápido, porém sustentável.

Cabe a nós a difícil tarefa de enfrentar esse desafio, principalmente tendo em vista a preparação do país para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e também para permitir a exploração de petróleo da camada do pré-sal.

É importante ainda frisar que somente a realização da Copa proporcionará uma oportunidade única para promover e atrair investimentos, alavancando as potencialidades do país. Será necessário para tal uma grande estrutura organizacional, sobretudo forte sinergia e integração entre as diversas entidades públicas e privadas, ligadas direta ou indiretamente ao esporte.

Atualmente, são estimados, segundo projeções da PwC, US$ 50 bilhões a serem investidos na infraestrutura de todas as cidades envolvidas com o evento, que irá gerar, na estimativa da Fundação Getulio Vargas, aproximadamente 3,5 milhões de empregos no Brasil.

Eventos desse porte envolvem riscos e desafios que devem ser trabalhados por profissionais especializados das diversas esferas do governo e da sociedade.

Por isso a execução de todas as demandas para o sucesso dessas empreitadas vai exigir ações bem estruturadas dos gestores públicos para que o país possa obter resultados bem-sucedidos e retorno positivo para todos.

Gilberto Bagaiolo é Sócio da PwC Brasil, Presidente da Júnior Achievement PE, Diretor do IBRACON-2 Regional e Vice-Presidente do IBEF Pernambuco


E-mail: gilberto.bagaiolo@br.pwc.com

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