
17 abr Contabilidade e contabilistas, o grande avanço da profissão
Muito se diz que a Contabilidade é uma linguagem dos negócios. Há os que afirmam que ela é uma ciência, outros que seria uma técnica. Há inclusive os que a acham meramente mais um departamento dentro de uma estrutura empresarial.
A Contabilidade é o grande instrumento no auxilio a tomada de decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurandoos monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.
Várias empresas, principalmente as pequenas, têm falido ou enfrentam sérios problemas de sobrevivência. Empresários criticam a carga tributária, os encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos etc., fatores estes que, sem dúvida, contribuem para debilitar a empresa. Entretanto, descendo a fundo nas investigações os Auditores e os Consultores constatam que a “célula cancerosa” não repousa naquelas críticas, mas na má gerência e nas decisões tomadas sem respaldo e sem dados confiáveis.
Infelizmente algumas empresas têm uma contabilidade irreal, distorcida, em conseqüência de ter sido elaborada única e exclusivamente para atender às exigências fiscais.
Atualmente, “aplicar os recursos escassos disponíveis com a máxima eficiência” tornou-se uma tarefa nada fácil. A experiência e o feeling do administrador não são mais fatores decisivos no quadro atual; exigese um elenco de informações reais, que norteiam tais decisões.
Com o advento da globalização da economia, a Contabilidade ficou com uma responsabilidade ainda maior. Com o advento da Lei 11.638/07, que modificou a Lei das Sociedades Anônimas, o Brasil passou a seguir os padrões internacionais. As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM passaram a ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade (IFRS – International Financial Reporting Standards). Mais tarde vieram a lei 11.941/09, com o intúito de harmonizar o padrão contábil brasileiro, e a Resolução do CFC nº 1.159/09 que estendeu essas adequações a todas as demais empresas, inclusive as constituidas sobre a forma de limitadas.
Embora considerada por alguns profissionais como imperfeita, a lei 11.638/07 é um avanço, pois facilita o ingresso de investimento estrangeiro no país ao obrigar as empresas brasileiras a adotarem a “linguagem” internacional para a elaboração de demonstrações financeiras. Confere uma maior competitividade às empresas nacionais, em um cenário no qual os mercados são cada vez mais interdependentes.
Acredito que para alguns dos leitores dessa matéria, principalmente profissionais da área de Contabilidade, a adaptação às novas regras não esta sendo fácil. Porém, acredito que essas mudanças elevarão ainda mais a qualificação dos profissionais Contadores e consequentemente de suas remunerações. Lembro-lhes que nos EUA a figura do Contador é extremamente importante, aonde mesmo após um curso superior de Contabilidade os profissionais devem obter suas certificações através de exame bastante complexo. As certificações do profissional contábil nos EUA podem ocorrer em duas áreas, o CPA certifica contadores públicos e o CMA que certifica os contadores gerenciais. Acredito que essa será uma tendência a ser adotada aqui no Brasil.
Fernando Mendonça Filho é diretor de Controladoria do Grupo Veneza e vice-presidente de Relações com Governos do IBEF Pernambuco
E-mail: fernando.filho@venezanet.com
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